segunda-feira, 23 de abril de 2007

Verde pote de céu

Toma sorvete e vai ao cinema.
Vê o céu de estrelas e as estrelas na tv.
Sobe a ladeira no meio da rua.
Sobe nas árvores e come lá mesmo.

É menina do interior!
Tem pé vermelho e pé de goiaba
Tem chinelo de corda e saia rodada.

Mas olha que pena!
Tanto verde e tanto doce e a esperança tão pequena!

2 comentários:

Anônimo disse...

Elka, eu gostei muito desse poema. Simples, visual e tactil. E de uma melancolia que causa, não pena, mas condescendência. Me lembrou dois poemas do Drummond, um, que não vou saber citar versos nem título, mas sei que é do primeiro livro dele "Alguma Poesia". O outro é o "Cidadezinha Qualquer".
Parabéns.
beijo
Juliano.

Elka Waideman disse...

Cidadezinha qualquer

Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.

Carlos Drummond de Andrade.
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Gostei muito de você ter relacioado o meu poema a esse, Juliano. Simplesmente porque eu não parei de pensar nele enquanto escrevia o meu próprio. Crê? srrsrs
beijos
Elka