sábado, 30 de maio de 2009

Sábado na cuesta


Escorro pelas estradas
Acostamentos e quilômetros
Só caibo em pista dupla
Pois assim que segue:
Falta o materno
Pela serra do mar
O fraterno
Por uma tal Rondon
Falta a paixão
Pela cuesta do sertão

Que a saudade e a alegria
Se fazem de amantes
E aí que está o vento que nos balança
Na ponta do penhasco
E que nos faz agarrar
Com tanta força ao chão
(ou às nuvens)
A cada possuir
A cada dormir
A ir
E vir.

Hoje fiquei.
Acordei na manhã fria do meio do caminho.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Retalho de uma saudade

O amor não é tema
Para as tantas poesias das prateleiras
Do quarto ou da sala

Nem dos sambas
Nem das valsas

O que dá ao poeta fome
É a saudade

Essa sim retalha a alma nas mãos
E as minhas já estão cansadas.


quinta-feira, 14 de maio de 2009

Almoço

Almocei miojo com champignons.

Arrotei ironias a tarde toda...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Amar é tanta coisa

Amar é tanta coisa.
Hoje, para mim, é perceber
Que o cheiro da pessoa amada não é só um perfume no frasco
Nem só o suor bruto do corpo
Nem só o desodorante diário
É cheiro do corpo, cheiro da pele
Que fica no nosso corpo depois do amor
Que fica na nossa pele, um pouco de outra pele.

Hoje o amor é isso pra mim
É uma camiseta branca no chão do quarto
Que instintivamente botei na cara
E senti, com todo o ar dos pulmões
O cheiro do homem que amo.
Uma lágrima gorda ficou no parapeito dos olhos
Três batidas rápidas no coração
E a saudade mais bonita.

O amor pra mim está definido por hoje
É um pouco de perfume,
Um desodorante
Um pouco de suor
Pele
Um dia
Uma vida de saudade.