terça-feira, 17 de abril de 2007

Borboletas

Desde pequena, todos diziam, ela tinha essa mania de pegar borboletas. Queria vê-las, queria que elas pousassem na sua mão e ficava extasiada quando isso acontecia.
Se sumia, todos procuravam nos jardins mais próximos. E lá estava ela, sentada com a grama no pescoço a olhar os bichinhos. Ficava bonita.
Quando descobriu a câmera fotográfica começou a registrá-las o que era muito mais difícil na época que não tínhamos câmeras digitais porque ela perdia as fotos, ou simplesmente não ficavam boas.
Daqueles tempos pra cá, a garotinha cresceu e a cada ano descobria coisas novas e mesmo assim nunca deixava de gostar das borboletas. Sentia que elas eram mais livres do que ela e que um dia poderia ensiná-la essa liberdade. Sabia, antes mesmo de ter a capacidade para a escrita que aquelas asas serviriam para muitas metáforas na sua vida.
Acredito que de certa forma, a liberdade for conquistada e que de outras formas, as cores foram ensinadas. Porque não teria outra explicação para tanta mudança e tanto sorriso no rosto daquela menina.
Ela compara pessoas com animais até hoje -outra brincadeira muito comum quando pequena- e aquelas que se parecem com borboletas são sempre as mais bonitas. É engraçado como algumas coincidências sempre acontecem.
Continua conversando com as borboletas e a fotografá-las também. Ela acredita que assim pode ensinar aos outros, o que ela própria aprendeu.
Tantas borboletas que passam. Algumas borboletas que ficam.



“... e viver, fazendo esculpir com sangue, os contornos de uma borboleta...”
[infelizmente não me lembro o autor]

2 comentários:

Dani Pepper disse...

Oi Elka,
Também sou louca por borboletas...
Tenho-as em todos os lugares, coladas no PC, no espelho, no celular, etc. Gosto de achar que elas(?) me perseguem...Alguma sempre me encontra.
Em setembro, elas ficam em festa no bosque da UNESP. Tenho fotos de uns 15 anos atrás, tentativas de registrar essa festa. Só se vêem folhas :( É claro, são borboletas e voaram :)
Algumas ficam, como vc disse, principalmente aquelas no estômago, coisas de quem vive apaixonada...rsrs.
Beijo pra vc.

Elka Waideman disse...

Dani, não é mesmo uma delícia vê-las no ar?
e as minha do estômago estão sempre em primavera! acho que a minha paixão é crônica, ou congênita... rsrs
nasci apaixonada e morrerei assim, ou por isso!
Beijos!