domingo, 15 de abril de 2007

Uma gota de sal

As narinas dilatam
Os lábios contraem-se
E a garganta guarda
De olhos abertos ou fechados
Liberta-se

Sinto o tesão mais puro
Quando ela se aloja
No ponto de mais pudor
Do meu pescoço
Oscilo em dissipá-la

Há também aquelas
Que seguem a trilha das rugas
E se deitam no canto da boca

E todas deixam
Seu rastro úmido
Através dos pêlos simiescos da face.

2 comentários:

Anônimo disse...

Uma gota de sal, duas gotas de sal, três gotas de sal, quatro gotas, cinco sal...

Bonito poema. Parabéns pela iniciativa do blogue, é uma aventura interessante. Já tem um leitor assíduo.
beijo
Juliano

p.s. - que hontra ver minha Bazófia ali nos lugares interessantes! Obrigado!

Anônimo disse...

Essa lágrima caiu agora dos meus olhos, sem eu contar, ela caiu. Eu li esse poema, devagar, para o entender e ela saiu, sem querer e sem avisar. Não foi pelas rugas, mas pelo canto dos olhos. Com esse gosto exato, de sal. Há meses atrás vc escreveu isso e só agora eu li. E só agora senti esse sabor de sal, ficou o rastro húmido aqui sim. Só falta adoçar um pouco.