quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Cheiro de poesia

Vamos para a esquerda, Carlos! E traga tua rosa.
Vamos pelo caminho livre de Cecília, despindo as mulheres de Picasso, calçando os sapatos para subir nos campos mais verdes e conhecer, enfim, aquele deus do guardador do rebanho, do pai, do menino.
Amanhã! Vamos amanhã!
Que hoje só tenho vontade e tempo de ser tua, boy!
Serei dama na noite. De luar abrirei o corpo e as páginas. O teu perfume me abrirá os poros e me trará de volta minhas palavras.
Então no dia seguinte, te deixo os ramos e vou!
Vou com teu perfume no corpo e a poesia na alma.

5 comentários:

Anônimo disse...

"Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado, comigo: um dia encontro."

Sua poesia me lembrou "Dama da Noite" do Caio Fernando Abreu do lado do avesso.







E me faz pensar na roda gigante que roda, roda, roda....

Elka Waideman disse...

Percebi que você conhecia esse conto pelos seus escritos...
gosto muito dele também. me vejo nela às vezes. mas não agora. agora é outra coisa. é Drummond, Pessoa, Cecília... cores... cheiros.

beijo na carol!

Anônimo disse...

Frau Waideman, geralmente eu capto o que você escreve, o porquê ou para quem, mas este... Você fez uma salada com Crummond, Cecília, Picasso...
Estou pensando agora (risos) eles ficariam bem numa salada!
Mas não exatamente essa...
Gostei quando falou: "Então no dia seguinte, te deixo os ramos e vou!
Vou com teu perfume no corpo e a poesia na alma".
Por que sempre temos de carregar os cheiros no corpo e a poesia na alma? Bom, eu também não sei exatamente, mas faz parte do que chamamos de amor...

Elka Waideman disse...

Daniel, ainda me lembro de suas confidências a respeito dos seus próprios ramos, perfumes e poesias...
muito lindo o que você disse! e acredito que sim! que faz parte do amor... ah! o amor. rsrs

Anônimo disse...

É por isso que não sou poeta: mesmo dando trabalho eu carrego debaixo do braço, o sovaco nada poético mesmo, o Pessoa, a Meireles, o Ascher e o Cabral. Drummond é tomo grosso demais, fica nas mãos ou em sacolinha de supermercado.

Esse poema sobre muitos me deu a sensação do quanto você é apaixonada, sim, pelas coisas que canta com paixão.