Uma pedra em cima de cada página.
O encontro com as palavras
É como encontrar um grande
amor que não se vê há tempos:
Sabe que deve abraçá-lo e dizer que
Está lindo (porque sempre está)
mas não tem certeza se deve beijá-lo
Beijá-lo com avidez
Com o amor que é grande há tempos.
Depois, quando toca lábio e lábio,
página e lápis
Sente que deveria tê-lo feito antes.
Mas como poderia?
Encontrar as palavras
Encontrar o ardor
Um romance Iris Murdoch.
quinta-feira, 12 de julho de 2007
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4 comentários:
saudade de te ouvir falar.
Que bonito. Que bonito. "Saber que deve abraça-lo e dizer/ que está lindo (porque sempre está)(...)". Lindo, lindo mesmo.
Perdoe-me pela ignorância e a confissão dela: não sei quem é Iris Murdoch.
Quase esqueço, que resolução excelente e bela: "Sentir que deveria tê-lo feito antes./ Mas como poderia?(...). Muito bom, verdade largamente sabida, em todos os tempos e latitudes contada, cantada e recontada, e mesmo assim você tirou o seu jeito de falar o seu beijo de lápis na folha, e disse de novo lindamente.
É o que eu acho, poetas não forjam, nascem. O resto é tolice.
Ju, adorei "o seu beijo de lápis na folha"...
esse poema brotou de um filme muito lindo que assiti numa tarde, sozinha: Iris. alugue o filme... e verá um pouquinho do poema, um pouquinho de romance, um tantinho dela.
e sorrindo com a sequencia de elogios... rsrs
beijo cheio de saudade
elka
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