segunda-feira, 5 de maio de 2008

Uma mulher de artista

Botar o pé em casa escorrendo toda
Escorrendo a chuva pelo corpo
Escorrendo a roupa
Os cabelos murchos
A lágrima que pude chorar
Sem ninguém saber

O coração não escorreu
Congelou em branco antes de chegar em casa
E aos poucos, com a vitrola, o chá, o incenso
Ele volta a amolecer
E a lágrima volta a escorrer

São tanto os motivos pra chorar...
É a morte da menina
É a outra menina
A ansiedade
A maldade
A vontade

E já com o calor nas entranhas
Sem saber que ainda corro perigo
Te ligo pra saber por onde andas
E digo, sem medo nem castigo:
- Já sei de tuas Marianas!
- Já sei dos teus ídolos!

E por ter tido tal coragem
Choro mais um pouquinho
Mas esse choro todo mundo vê
Está aqui, estampado e vivo.

2 comentários:

Siça disse...

Inquietante, mto inquietante isso tudo. As mãos devem estar ainda trêmulas, não? As da mulher da artista. Parece que a ouço chorar ainda. Inquietante...

Anônimo disse...

tem dia que treme tudo.