quinta-feira, 24 de abril de 2008

Licença

Peço licença pra dizer meu coração, que anda pra lá de apertado... Fica estranho bem no meio do peito e não há coisa bonita que o faça desarrochar. Pra dizer a verdade - e se você quiser saber - são as coisas bonitas que têm me doído mais. E vivo a procurá-las.
Ele acelera e pára. Pára mesmo, nem doutor poderia escutar. De repente aperta tão forte que parece até maldade. E quando assim fica o peito, os olhos ficam salgados e a garganta, até lá no fundo, fica amarrada.
E é hoje mesmo que vou melhorar. Pego minhas mãos na gaveta do criado-mudo e vou caçar um sabiá. Peço pra ele, bonito que é, me ensinar a cantar.
Assim na hora que o coração encravar, começo logo a melodia. Pra ver se ensino melhor o peito que quando a dor aperta, é só cantando que se pode voar.

2 comentários:

Siça disse...

O que o sabiá cantou?

Elka Waideman disse...

poemas de amor, Sisa...
de amor!

beijo terno