Estar em casa é voltar a tudo
Voltar ao quarto antigo que guarda tudo
É saber onde fica tudo na cidade
E poder chegar até lá sem me perder mais de três vezes.
É saberem da tua história
E dizer aos amigos da falta
E contar o dia que não viram
Ouvir o dia que não viveu.
Ter inveja de algumas idas
Ter mais inveja dos que vieram
Sem você estar
Dos que abraçaram
Sem você estar
Dos que encontraram novos amores
Sem você cantar.
É também matar a saudade
Das bobagens do dia a dia
Das flores do jardim
Da gata pedindo comida.
É descobrir um tapete novo
Um pinheiro quase morto
Um pinheiro renascendo
A grama crescendo.
É ficar a pensar
Na hora de ir embora
De achar a plataforma
E dizer tchau
Sem querer dizer
Sem querer dizer
Sem querer dizer
Sem querer saber
Que a vida lá também é boa
Que a saudade também é boa
E pra entender
(sem precisar dizer)
Que um dia
Eu vou de vez
Mas não desta vez
segunda-feira, 19 de maio de 2008
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9 comentários:
Bonito! Gosto de como debulha em palavras (e lágrimas) esse mar de sentimentos e sensações.
beijoca
Já escrevi e apaguei três vezes meu comentário sobre este post. Acho q nehuma palavra conseguirá dizer (pq não consigo expressar como vc) o q sinto. Mas tento:
Te sinto quando te leio. Me sinto quando te leio. (mais uma vez. e outra, e outra, e outra.)
O amor é bom mesmo quando é "invejoso", não é? O amor é bom mesmo qdo dói.
"sem você cantar"
"mas não desta vez"
Amadurecimento. Na escrita, nos sentimentos. Na vida.
E, mesmo q não entendam, sei q entenderá tudo. (sempre)
(orgulho e umas tantas lágrimas)
Pois é. A Carol escreve e apaga. Eu não chego a escrever, mas vou compondo na cabeça algo que não consigo expressar nas palavras, um conjunto de emoções, sensações, ternuras. Comentávamos ainda ontem, eu e a Marlene, a dificuldade em comentar postagens, suas, do Juliano, da Tatiana. Viver num ambiente de criação é assim. Você vive, convive, conhece, às vezes acompanha a criação, acompanha o processo, e depois vê um deslumbrante resultado estampado na Estamparia, na Bazófia, nas Livres Associações. Textos que vão além dos textos, envolvem sentimento, são impecáveis, são profundos. E aí faltam palavras para desvrever como isso mexe com a gente. E então as palavras não são postadas. Mas o resultado de cada visita aos blogues povoa o coração de afetos, emoções, tristezas, culpas, felicidade e tudo isso que faz a vida ser bonita.
Beijos, Elka. :`o*
Lágrimas também. (Como evitá-las?) Brotam com o poema, escorrem com o comentário.
Ah, Elcio! Era isso!!
Mãe, Carol, Elcio e Tatiana, espero que vcs não se importem que eu responda tudo assim, juntinho.
Quero dizer a vcs como é estranho ver a admiração de um poema que eu acreditava ser tão pobre. Isso até perceber que pra mim, ele era pobre assim, porque é verdadeiro por inteiro. Porque foi simples por demais escrevê-lo, apesar de não ter sido tão simples finaliza-lo.
Muitas vezes quem me traz a percepção do que escrevi são vcs. Tem uns que só consigo digerir depois de vcs sentirem cada uma das palavras. O que prova hoje o que coloquei de introdução da página há um ano...
Leio esses comentários tão íntimos e às vezes tão incompreedíveis por qlqr um com perplexidade...
E isso tudo é especial pra mim, e também inevitável a lágrima.
A minha mãe, meu amor
A Carol, minha cumplicidade e carinho
A Elcio, a maior lágrima contornando o sorriso
A Tatiana, meu abraço de saudade
Os amo.
agora eu sei.
e é um tanto especial pra mim que saiba.
Como eu queria fazer parte desse rol, dessa família tão quente. Esse monte de palavras quentes, me fizeram chorar. Quando eu parti, parti de vez, eu sabia que vinha embora de vez. Vc está perto, pode sentir a tua cama, o colo da mamãe, o cheiro das flores. Eu estou longe. Sinto saudades e apenas ouço as vozes e leio as cartas. Mas aprendi a viver assim. Sou feliz. Amo assim. Sou amada assim. Vc é especial pelas tuas palavras e nas tuas palavras. Foi assim que te conheci, foi assim que aprendi a te admirar e vai ser sempre assim. Qto mais simples, melhor. Beijos mto, mas mto doces.
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