Na minha TV desligada
Vejo refletidas
Deitada em minha cama
As flores judias da janela do quarto
E beija-flores a procura de sapatos
Às vezes, na sombra, vejo a gata negra
A procura de carinho
A guerra que se trava é a dos ramos que competem pela luz
As armas, os ferrões das abelhas zombeteiras
Através da TV desligada vejo o mundo
Mas um mundo inverso do mundo
Um que se passa
Apenas na janela do meu quarto
Não pela porta de saída
Nem pelos cabos e linhas
Um mundo tão meu quanto possa ser:
quase verde, quase frágil.
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
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11 comentários:
não desliga a tv (e compartilha comigo!)
Eu acho que está faltando memso uma borboleta nesse jardim!
=***
lindissímo como sempre, ando passando por momentos como esse utimamente mas de resto ta tudo bem, beijos, ateh mais
Essa tv desligada, essa janela, essas flores e beija-flores eu conheço! E invejo a vista. Queria ter uma janela assim.
Linda janela, lindo poema.
Beijos
Gostei...
Li mais umas 3 vezes e gostei mesmo.
Mais outras leituras...e amei! Foi assim, bebendo as palavras, progressivamente, desde o quase verde, quase frágil...rs
Muito bonito. Cada dia tem mais música a sua palavra. Eu sempre achei que a grande diferença entre as pessoas e os poetas não eram o que enxergavam, mas como enxergavam. Daí que mais e mais desconfio que me saiu a senhorita poeta.
Espero que não se incomode com as minhas sempre perguntas, é que se não entendendo e leio e leio de novo e continuo não entendo, perco a vergonha da minha pouca perspicácia: "A guerra que se trava é a dos ramos que competem a luz(...)". Não entendi "ramos que competem a luz".
p.s. - se eu fosse poeta e alguém ficasse me perguntando a toda hora o que eu quis dizer com qual e tal palavra ou excerto, ia acabar me irritando...rs.
Elcio, a inveja não é necessária. A janela pode ser visitada sempre que desejado for! E depois, a vista de fora é mais bonita na minha opinião, a da tv desligada é apenas uma alternativa...
Beijos
Juliano, obrigada pelo elogio! E para dizer a verdade me sinto poeta... é talvez uma das sensações mais extaravazadoras que conheço.
Sendo eu a poeta afirmo que não me irrito com suas perguntas rsrs O trecho fala dos ramos da planta que mora à minha janela e que procuram a luz do sol subindo uns nos outros, se entrelaçando...ok?
cada vez mais saudade
Beijos
Mãe! Minha mãe! Não me canço nunca de uvir seus elogios...
Beijos de suflair.
Elka, sem as palavras inteligentes e sábias de outros leitores, só vou comentar que bebi e suguei cada palavra tua. Confesso que fiquei bêbada. Eu tenho uma janela parecida com a tua, muito mais antiga que essa, mas tenho.
Então olhe para ela, Simonem, e faça poesia!
=]
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