Na minha TV desligada
Vejo refletidas
Deitada em minha cama
As flores judias da janela do quarto
E beija-flores a procura de sapatos
Às vezes, na sombra, vejo a gata negra
A procura de carinho
A guerra que se trava é a dos ramos que competem pela luz
As armas, os ferrões das abelhas zombeteiras
Através da TV desligada vejo o mundo
Mas um mundo inverso do mundo
Um que se passa
Apenas na janela do meu quarto
Não pela porta de saída
Nem pelos cabos e linhas
Um mundo tão meu quanto possa ser:
quase verde, quase frágil.
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Para meu avô
A dor nasceu vermelha
Sangrou no peito
E nos olhos sangrava
A lágrima cristalina
Ardeu nas pálpebras
No rosto
No estômago
(não quero comer agora...)
Há pouco tempo que és José,
Foi mais tempo semente de cor.
Era Colorau
Casado com a Neg(r)a
Pai dos Amarelos
(um mais que os outros)
Avô das Brancas
Mais colorau agora que antes
Volta ao pó na terra
- Plantem uma rosa onde jaz José, será rosa do amor.
E o céu fica vermelho
Refletido nos meus olhos, agora vermelhos
- Sua veia que rompeu!
Verteu o vermelho do sangue
- Parou de bater o coração!
De natureza vermelho e lasso
Não é mais José
Nem de Drummond
Nem de nós.
Sangrou no peito
E nos olhos sangrava
A lágrima cristalina
Ardeu nas pálpebras
No rosto
No estômago
(não quero comer agora...)
Há pouco tempo que és José,
Foi mais tempo semente de cor.
Era Colorau
Casado com a Neg(r)a
Pai dos Amarelos
(um mais que os outros)
Avô das Brancas
Mais colorau agora que antes
Volta ao pó na terra
- Plantem uma rosa onde jaz José, será rosa do amor.
E o céu fica vermelho
Refletido nos meus olhos, agora vermelhos
- Sua veia que rompeu!
Verteu o vermelho do sangue
- Parou de bater o coração!
De natureza vermelho e lasso
Não é mais José
Nem de Drummond
Nem de nós.
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
A arte do tédio
Na aula de matemática me encontrei em outras páginas
- O caderno está sobre a cama, Tédio!
Quando acabam os risos e vão os amigos
- O doce está na geladeira, Tédio!
E vem esse
Que me pede receitas e pratos em linhas retas,
Escritos em linhas tortas,
Viagens em linhas impressas,
Melodias em linhas de viola.
É! O Tédio me proporciona a arte!
Tragam-me os escravos, gregos!
- O caderno está sobre a cama, Tédio!
Quando acabam os risos e vão os amigos
- O doce está na geladeira, Tédio!
E vem esse
Que me pede receitas e pratos em linhas retas,
Escritos em linhas tortas,
Viagens em linhas impressas,
Melodias em linhas de viola.
É! O Tédio me proporciona a arte!
Tragam-me os escravos, gregos!
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
Um hiato
Hoje quero, meu Deus,
Ou talvez mais precise
De beijos carinhosos
E um momento para dizer minhas breguices!
Ou talvez mais precise
De beijos carinhosos
E um momento para dizer minhas breguices!
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