quinta-feira, 3 de maio de 2007

A quem chora ao ler

Todo dia me sai um pouco de poesia
(no papel, no dito ou na vida)
E digo o que tanto se passa
(no meu peito, meu leito): minha sina.

Todo dia me sai um pouco de lágrima.
Escapa um tanto dessa tristeza líquida,
Fica o resto dessa destreza sólida
Para se ler enfim, a beleza sádica.

3 comentários:

Anônimo disse...

Elka, adorei a idéia. A poesia que surge de sua sina numa tristeza que é líquida pois é lágrima e permanece na palavra que é o sobejo sólida da sua destreza em transformar tudo isso detrás em beleza, que afinal é sádica, porque vem da dor.

Mas (sempre tem um mas), como poesia não é só idéia, e a poeta aqui é você, eu senti que ficou faltando, ou sobrando alguma coisa no último verso da primeira estrofe e nas assonâncias da última estrofe. Ou mesmo o "fica" que inicia o terceiro verso.

um beijo.

Elka Waideman disse...

Juliano, você pegou a idéia exata da poesia. acho isso muito bom =P
mas quanto ao último verso da primeira estrofe, eu gosto dele... e concordo com o que você diz da segunda estrofe, ela está desamarrada... mas depois de tanto mudar poema, desisti de achar as palavras. fiquei muito tempo trabalhando na idéia. srrsrs
qualquer sugestão, diga (aqui ou por e-mail)!
três beijos!

Tatiana Machado disse...

Ai que linda, Elka! Adorei essa poesia!!! E, como o Juliano, adorei a idéia dela, é muito gostosa. E o último verso surpreende ao introduzir o sadismo e fecha o poema com chave de ouro. Adorei!

Beijinhos.